segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Quem não tem teto de vidro...

"Quem não tem teto de vidro, que atire a primeira pedra", já cantava Pitty em sua música chiclete!
É engraçado ressuscitar tal letra, mas hoje, vivemos em dois mundos, que por mais que se convergem, estão longe de serem reflexos em um mesmo espelho!
Real e virtual!
No presente palpável da existência finita do ser humano, dificilmente ver-se-a dedo em riste e opiniões sobre tudo e todos, elucidadas de forma tão segura e direta quanto as que são pautadas nas redes sociais!
Como verdadeiros Dom Quixote, munidos em "armaduras" brilhantes, postam-se perante moinhos sociais, onde hoje todos parecem entendidos e verdadeiros conhecedores sobre cada lado multifacetado do mundo!
Uma foto de alguém bêbado compartilhada a exaustão, sendo motivo de comentários que partem da ira a chacota; vídeos íntimos espalhados com a velocidade de um clique; testemunhos de ódio diante de pessoas que torcem ou votaram em alguém diferente; opiniões acirradas sobre feminismo e machismo; tragédias classificadas em vilões e mocinhos....
"Doutores" e "PhDs" que tudo sabem sobre todos!
"Mas não posso ter opinião?", não só pode, como deve, mas o que você pontua no virtual, é algo que diria no real, diante do ser a quem se refere? Sua discussão é assunto válido e vai agregar ou é só para "trolar"?
Porque o que se percebe, são muitos que não se importam de teclar opiniões, mas não conseguem dizer o que pensam na vida real!
Escrevi esse texto, porque fiquei realmente incomodada com o fato da vida intima do rapaz que teve seu vídeo compartilhado no waths, ser agora tema de "notícias" em alguns sites do estado... Jura? Vocês não tem mais nada importante pra fazer? Não tem assuntos mais nobres a tratar?
Porque a vida desse rapaz precisa ser escancarada a ponto de ele não querer mais andar na rua?
Como verdadeiros inquisidores, vejo gente hipócrita, que não mede palavras para falar do outro, mas que se colocasse no lugar, talvez não desse tantos likes quanto dá agora!
Belos Dom Quixote! Pelo menos na literatura o personagem assumia-se por completo mesmo pagando por louco!